Eu fui ver a minha amada
Lá p’rós baixos dum jardim
Dei-lhe uma rosa encarnada
Para se lembrar de mim
Eu fui ver o meu benzinho
Lá p’rós lados dum passal
Dei-lhe o meu lenço de linho
Que é do mais fino bragal
Minha mãe, quando eu morrer,
Ai chore por quem muito amargou
Para então dizer ao mundo
Ai Deus mo deu, ai Deus mo levou
Eu fui ver uma donzela
Numa barquinha a dormir
Dei-lhe uma colcha de seda
Para nela se cobrir
Eu fui ver uma solteira
Numa salinha a fiar
Dei-lhe uma rosa vermelha
Para de mim se encantar
Minha mãe, quando eu morrer,
Ai chore por quem muito amargou
Para então dizer ao mundo
Ai Deus mo deu, ai Deus mo levou
Eu fui ver a minha amada
Lá nos campos, eu fui ver
Dei-lhe uma rosa encarnada
Para de mim se prender
Verdes prados, verdes campos
Onde está minha paixão
As andorinhas não param
Umas voltam outras não
Minha mãe, quando eu morrer,
Ai chore por quem muito amargou
Para então dizer ao mundo
Ai Deus mo deu, ai Deus mo levou
Letra:
Popular (refrão) e José Afonso
Música:
José Afonso
Intérprete:
José Afonso
(in "Cantigas do Maio", Orfeu, 1971; reed. Movieplay, 1987)